Originally published in Folha de S.Paulo in November, the following article by China and Latin America Working Group member Adrian Hearn examines new opportunities for Latin America as China pursues higher rates of domestic consumption as a share of GDP.
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Um desafio crucial para os novos líderes da China, Xi Jinping e Li Keqiang, é expandir o mercado interno. Caso tenham sucesso, a mineração, a agricultura e a manufatura latino-americanas serão profundamente afetadas.
A China já não pode depender dos mercados europeus e americanos e deve priorizar o crescimento de base nacional para manter o emprego e a estabilidade social. No entanto, as grandes estatais orientadas à exportação continuam a receber grandes empréstimos e subsídios do governo. Em comparação, as pequenas empresas que poderiam oferecer produtos e serviços com mais alto valor adicionado no mercado interno não dispõem de crédito e não são capazes de expandir seus quadros de trabalhadores.
Para enfrentar esse problema, os novos líderes provavelmente elevarão os gastos do governo com a saúde e os serviços sociais, facilitarão o crédito ao consumidor e apoiarão a adoção de férias pagas -medidas que permitirão aos cidadãos buscar empregos mais produtivos e gerar renda para consumo.
Os exportadores latino-americanos de minério de ferro, cobre, carvão e petróleo precisarão identificar esses novos clientes chineses em nível provincial e municipal, porque construção e incorporação imobiliária serão propelidas cada vez mais pelo consumo urbano privado.
De fato, o governo central chinês projeta que, à medida que cresce o investimento privado, seu nível de investimento direto (especialmente em dispendiosos processos de infraestrutura e na indústria pesada) recuará de 45% para 25% do PIB.
Exportadores de carne, soja e outros alimentos em países como Argentina, Brasil e Peru se beneficiarão quando 300 milhões de chineses deixarem para trás a agricultura e a substituírem pela cultura de consumo urbano, daqui até 2025.
A ênfase no mercado interno também beneficiará a indústria latino-americana, que sofre debilitante competição de eletrônicos, roupas e outros bens de consumo chineses importados. Tendo perdido um total reportado em 900 mil empregos para os concorrentes chineses, o México, especialmente, receberá de modo positivo a mudança de direção no fluxo de comércio criada pelo aumento da demanda interna chinesa.
Com alta do PIB prevista em 7% ao ano até 2020, os produtores chineses precisarão se familiarizar mais com seus clientes e mercados internos. Consultores de finanças, logística e vendas latino-americanos conhecem os mercados emergentes e estão bem posicionados para explorar esse nicho crítico na economia chinesa em evolução.
And for reference, a comparison of consumption and investment as a share of GDP growth: